Notícias

Ingestão diária de mercúrio excede os limites seguros em seis estados da Amazônia 

Publicado em: 31/05/2023

A análise comparativa entre espécies indicou que a contaminação é 14 vezes maior nos peixes carnívoros, quando comparados aos não carnívoros. Foto:Marizilda Cruppe/Greenpeace Brasil

Moradores de, pelo menos, 17 cidades de seis estados da Região Norte, entre as quais Manaus (AM), Humaitá (AM) e Porto Velho (RO), estão consumindo peixes contaminados por mercúrio acima dos níveis considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A informação é de um estudo que mostrou que, em média, 21,3% dos peixes comercializados nos principais centros urbanos da Amazônia têm níveis de mercúrio acima dos limites seguros. 

Entre março de 2021 a setembro de 2022, profissionais envolvidos no levantamento compraram 1.010 peixes de 80 espécies em mercados e feiras livres em cidades do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, com o objetivo de reproduzir a experiência de compra dos moradores locais. As amostras foram coletadas em: Altamira (PA), Belém (PA), Boa Vista (RR), Humaitá (AM), Itaituba (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Maraã (AM), Oiapoque (AP), Oriximiná (PA), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Santa Isabel do Rio Negro (AM), Santarém (PA), São Félix do Xingu (PA), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tefé (AM). 

Os resultados mostram que peixes apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável de ≥ 0,5 µg/g, estabelecidos pela OMS.  Os piores índices estão em Roraima, com 40% de peixes com mercúrio acima do limite recomendado, e Acre, com 35,9%. Já os menores indicadores estão no Pará, com 15,8%, e no Amapá, com 11,4%. 

Em todas as camadas populacionais analisadas, a ingestão diária de mercúrio excedeu a dose de referência recomendada. No município mais crítico, de Rio Branco (AC), a potencial ingestão de mercúrio ultrapassou de 6,9 a 31,5 vezes a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) do governo norte-americano, que é 0,1 μg/kg pc/dia. 

As mulheres em idade fértil – público mais vulnerável aos efeitos do mercúrio – estariam ingerindo até 9 vezes mais mercúrio do que a dose preconizada, enquanto crianças de 2 a 4 anos até 31 vezes mais do que o aconselhado. 

As análises foram realizadas no Centro de Tecnologia Mineral (CETEM/RJ) e no Instituto Evandro Chagas (IEC/PA). O estudo foi realizado por um grupo de instituições que inclui a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o WWF-Brasil, o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e o Greenpeace Brasil. Leia a análise completa. 

Texto adaptado do original publicado no site da WWF – Brasil. Leia na íntegra. https://www.wwf.org.br/?85940/Novo-estudo-mostra-que-ingestao-diaria-de-mercurio-excede-os-limites-seguros–em-seis-estados-da-Amazonia 

Gostou? Compartilhe!

Veja também