Notícias

Cobras venenosas, sapos coloridos e peixes curiosos da BR-319

Publicado em: 05/12/2022

Por Sergio Santorelli Junior¹, Lis F. Stegmann² e Rafael de Fraga³ 

Quantas espécies de cobras venenosas já foram encontradas na BR-319? Já pensou em encontrar um sapo com a pele tão transparente que é possível ver todos os seus órgãos internos? Ou encontrar um peixe imitando uma folha? Esses animais fantásticos e muitos outros podem ser encontrados nas florestas às margens da rodovia, e agora também em livros sobre a biodiversidade da região. 

No livro, “Cobras venenosas e espécies semelhantes na região de Humaitá”, é possível conhecer algumas das cobras que eventualmente podem envenenar pessoas, embora elas só façam isso para se defender. Muito além do veneno, essas espécies também apresentam uma grande variedade de cores e comportamentos curiosos. Uma delas tem um nome bem conhecido: é a cobra-flamenguista, que recebe esse nome porque suas cores lembram a camisa do Flamengo. Mas os nomes esquisitos não param por aqui. 

A rodovia também é lar de um sapo chamado perereca-de-vidro, que tem a pele tão transparente que é possível ver os seus pulmões, rins, coração e até intestino. Curiosidades sobre essa e outras espécies estão disponíveis em “Sapos da região de Humaitá: uma introdução à diversidade de sapos para estudantes e ecoturistas”. O livro é uma excelente oportunidade para conhecer a incrível variedade de cores e hábitos de vida desses animais.  

Ainda sobre curiosidades, existe nos igarapés da BR-319 um peixe conhecido como peixe-folha. Ele possui corpo alto, comprimido e cor parecida com uma folha seca. A espécie vive camuflada entre os galhos e plantas junto às margens dos igarapés, protegido de predadores, onde também abocanha suas presas de forma sorrateira. Essa é apenas uma das espécies de peixes cuja história de vida e comportamentos podem ser conhecidos no livro “Guia ilustrado dos peixes de igarapés da BR-319: Uma introdução à biodiversidade”. 

Esses livros são fontes inclusivas de conhecimento e serão disponibilizados na língua de alguns dos povos indígenas de territórios na região da BR-319. É fundamental que a população conheça a biodiversidade local e a valorize, para assim assegurar a manutenção da diversidade socioambiental da região com a prática de atividades econômicas sustentáveis. 

¹Pesquisador vinculado a Universidade Federal do Amazonas – Humaitá / AM através do Programa de fixação de Recursos Humanos no Interior do Estado (FAPEAM – PROFIX Edital 009/2021)  

²Pesquisadora de pós-doutorado da Embrapa Amazônia Oriental, Pará 

³Pesquisador de pós-doutorado no Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal da Universidade Federal do Oeste do Pará. 

Gostou? Compartilhe!

Veja também