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Começa a safra da castanha-da-amazônia em áreas protegidas no sul do Amazonas

Publicado em: 05/04/2024

Castanhas secando no galpão da APITIC. Foto: Rafael Rodrigues de Lima/APITIC

A castanha-da-amazônia é um dos produtos mais importantes da sociobiodiversidade proveniente do agroextrativismo na Amazônia. Ela fomenta a economia e ainda mantém a floresta em pé, sendo um elo importante na relação de sustentabilidade entre comunidades e seus territórios. No início de março, os povos indígenas Apurinã e Banawa,  das Terras Indígenas Caititu e Banawa e da Reserva Extrativista (Resex) Ituxi, no Amazonas, na área de influência da BR-319, iniciaram o escoamento da safra anual da castanha coletada pelas comunidades. 

Neste ano, aproximadamente 95 famílias estão trabalhando na safra. Toda a produção é beneficiada e comercializada por meio de um arranjo comercial entre a Associação dos Produtores Indígenas da Terra Indígena Caititu (APITC) e a Associação dos Produtores e Beneficiadores Agroextrativistas de Beruri (Assoab). 

Na floresta, os frutos, que são ouriços, caídos das castanheiras são coletados, abertos e as castanhas retiradas. A produção então é transportada da floresta para o galpão da APITC, que fica na cidade de Lábrea (AM). No local, a castanha-da-amazônia passa por um processo de seleção e secagem.  Depois são armazenadas e enviadas em lotes para a Assoab, que compra toda a produção. 

Em 2024, a APITC ampliou o galpão de recebimento das castanhas e construiu mais mesas de secagem para aprimorar ainda mais a qualidade da castanha produzida. A previsão é que até maio de 2024 a produção totalize mais de 5 mil kg de castanha. 

O manejo da castanha-da-amazônia é apoiado desde 2013 pelo projeto Raízes do Purus, realizado pela Operação Amazônia Nativa (Opan), organização membro do Observatório BR-319, com patrocínio da Petrobras. Este apoio é muito importante para a manutenção da atividade, pois a coleta da castanha é realizada no interior da floresta, em locais descentralizados e de difícil acesso, em territórios muitas vezes ameaçados por invasões e pelo desmatamento. Além disso, devido a dificuldades logísticas, as comunidades ficam vulneráveis ao assédio de intermediários e atravessadores, que na maioria das vezes não pagam um preço justo por este trabalho. O Raízes do Purus apoia o manejo da castanha-da-amazônia a partir da distribuição de insumos para a coleta (combustível, lona, sacaria, bota e luva) e alimentação, além de prestar assessoria técnica para APITC. 

Texto produzido com informações gentilmente cedidas pela Opan por meio do projeto Raízes do Purus.

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