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Indígenas discutem novo protocolo para denúncia de crimes ambientais 

Publicado em: 31/05/2023

Seminário sobre o combate a crimes ambientais foi realizado em Manaus (AM) em parceria com organizações membro do Observatório BR-319. Foto: Divulgação/Ipam

Lideranças indígenas e representantes do governo se reuniram para discutir novos protocolos e ferramentas de denúncias durante o seminário Combatendo atividades ilegais em Terras Indígenas, realizado entre os dias 16 e 18 de maio, em Manaus (AM). 

O evento teve o objetivo aumentar a atuação dos órgãos de controle e fiscalização do Amazonas e conter o avanço dos crimes ambientais em terras indígenas. Participaram do encontro representantes das frentes de monitoramento territorial das Terras Indígenas Coatá-Laranjal, Setemã, Cunhã-Sapucaia, Tenharim Marmelos, Lago Jauari, Camaiuá e Pinatuba, além de indígenas de outras regiões do Brasil e servidores de órgãos dos governos federal e estadual. 

O seminário é fruto da cooperação entre o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a WCS Brasil, por meio da iniciativa Conservando Juntos, com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). 

A incidência de crimes como invasão de terras e pesca ilegal coloca em risco o bem-estar e a qualidade de vida das comunidades indígenas. Sem um programa de fiscalização adequado, a sobreposição de atividades ilícitas nesses territórios aumenta a pressão e ameaça a segurança desses territórios. 

“Esse é um projeto que nasce com o intuito de propor ações que vão coibir, combater e reduzir os crimes ambientais nas áreas protegidas. Mas, para isso acontecer, temos que dialogar com os órgãos públicos, federais e estaduais, que têm como competência aplicar a lei, e uni-los com as organizações indígenas que estão empregando ações diretas de monitoramento em seus territórios”, afirma Martha Fellows, pesquisadora no núcleo indígena do IPAM. 

Vanessa Apurinã, gerente de monitoramento territorial da Coiab, aponta a importância de associar o monitoramento conduzido tradicionalmente às ferramentas tecnológicas. “Quando o parente vai caçar, pescar, vai para a sua roça, isso é monitoramento, porque pode relatar que viu roçado, que viu rastros diferentes. Estamos apenas adaptando esse processo à tecnologia”, completa. A organização planeja realizar mapeamento de ameaças, pressões, além de formar grupos para essas atividades nos territórios. 


Texto adaptado da publicação original no site do IPAM escrito pelo jornalista Lucas Guaraldo. Leia a publicação na íntegra clicando aqui. 

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