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Lideranças indígenas e parceiros se reúnem para definir atuação e governança na área de influência da BR-319

Publicado em: 01/07/2022

Lideranças indígenas de territórios dos rios Madeira e Purus se reuniram entre os dias 13 e 15 de junho em Humaitá (AM), no evento intitulado “Atuação e Governança das Organizações Indígenas no Âmbito da BR-319”, liderado pela Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (Opiam). A programação aconteceu na Aldeia Pupunha, Terra Indígena (TI) Nove de Janeiro, com a presença de homens, mulheres, jovens e anciãos. Além da BR-319, também foram discutidos potenciais impactos da Usina Hidrelétrica (UHE) Tabajara e outros desafios agravados pela pandemia e o Governo Bolsonaro.


Os convidados foram recepcionados pela cacica Rosângela Parintintin. “Esta é a primeira grande reunião que realizamos após o início da pandemia e é um evento muito importante devido à presença das diversas organizações de base mais a Coiab e parceiros”, destacou a liderança feminina. Os participantes falaram sobre a importância do apoio de organizações parceiras e da transparência nas ações do governo nos territórios indígenas.

“A TI Nove de Janeiro e a Ipixuna, ambas do povo Parintintin, e a Capanã Grande, dos Mura, são as mais afetadas pela BR-319. Mas também tem várias outras. Estamos sofrendo com a BR-319, com a Tabajara e a BR-230, fora as invasões. Pedimos que a Coiab e os parceiros nos ajudem e juntem forças conosco para defender nossos direitos e nossos territórios”, disse o coordenador geral dos povos indígenas do Alto Madeira (Opiam), Antônio Enésio Tenharim. “Uma parte da TI Jiahui, sobreposta à Floresta Nacional de Humaitá, será afetada pela hidrelétrica Tabajara, a situação já foi relatada aos órgãos federais em Brasília, como a Funai, mas não tiveram retorno até agora”, acrescentou a liderança Elda Diarroi.

O evento também contou com a realização da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), e teve a presença do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). As organizações esclareceram pontos do processo de licenciamento das obras da BR-319 e falaram sobre medidas importantes para impedir o avanço de ações predatórias nos territórios.

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