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Em marcha, mulheres indígenas do sul do Amazonas defendem seus territórios e chamam atenção para impactos da emergência climática 

Publicado em: 02/10/2023

A liderança Mayta Juma foi uma das participantes do evento. Foto: Luana Luizy/IEB

Na 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, indígenas dos povos Jiahui, Tenharim, Parintintin, Juma, Apurinã, Jamamadi, Mura e Pirahã, do sul do Amazonas, reivindicaram maior apoio para formações e iniciativas direcionadas às mulheres indígenas. A mobilização, que contou com uma série de agendas e debates, reuniu cerca de 7 mil mulheres indígenas de todo o Brasil, representando mais de 247 povos, conforme a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). As indígenas das calhas dos rios Purus e Madeira marcaram presença na mobilização com uma delegação de aproximadamente 100 mulheres.  

As indígenas do sul do Amazonas participaram de uma intensa agenda de debates, abordando temas como saúde mental, acessibilidade, educação, violência de gênero e protestaram contra o marco temporal. Além disso, entregaram uma carta no Ministério das Mulheres, reivindicando maior apoio por meio de formações e iniciativas voltadas para mulheres indígenas nas áreas de educação, bioeconomia das florestas, estrutura de comunicação, em defesa do bem-viver, da biodiversidade e dos territórios.  

“Na região onde vivemos, estamos enfrentando desmatamento, perda de biodiversidade, incêndios, invasões, grilagens de terras e todo o tipo de desastre que afeta aquela região da Amazônia, considerada uma das mais críticas. Atualmente, estamos sendo seriamente afetadas pela emergência climática, que impacta nossas colheitas, os animais e as águas”, diz trecho da carta.  

“Garantir nossos territórios, promover mais educação e saúde para os nossos povos são algumas das nossas principais demandas nesta marcha”, disse Benedita Parintintin, agente ambiental indígena da Terra Indígena Ipixuna.  

A mensagem transmitida pelas mulheres indígenas foi clara: a preservação de seus territórios é vital para o bem-estar de suas comunidades e para a biodiversidade da Amazônia. Além disso, elas enfatizaram a necessidade de mais educação e saúde para os povos indígenas, destacando a importância de manter suas tradições e estilos de vida. 

Mulheres de povos do sul do Amazonas marcaram presença na 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília. Foto: Luana Luizy/IEB

Texto produzido pela jornalista do IEB, Luana Luizy, e gentilmente cedido ao Observatório BR-319. 

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