Notícias

Observatório BR-319 apresenta resultados da nota técnica sobre o rio Manicoré

Território é um dos mais pressionados da área de influência da rodovia

Publicado em: 04/05/2022

Cachoeira do Inferno no rio Manicoré, foto feita em março de 2021. Foto: Jolemia Chagas/Reta

O território do rio Manicoré foi protagonista da apresentação do Observatório BR-319 realizada na Reunião de Governança Ambiental do Trecho do Meio, em 1º de abril. Na ocasião, uma das autoras da nota técnica “Análise histórica e socioambiental do processo de criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Manicoré”, a pesquisadora Tayane Carvalho, destacou resultados da apuração para produção da publicação e falou sobre o contexto que envolve o território.

Desde 2008, moradores do local lutam pela criação de uma Área Protegida como forma de combater o desmatamento e as invasões que pressionam o território. No entanto, após um processo turbulento e pouco transparente, que se arrastou por cerca de dez anos, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) arquivou o processo de criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Manicoré. Em dezembro de 2021, em reunião com membros da Central das Associações Agroextrativistas do Rio Manicoré (Caarim), na sede do órgão e com a presença de diversas autoridades, o secretário Eduardo Taveira assegurou a reabertura do processo.

Porém, isso não aconteceu até o momento e os moradores do rio Manicoré seguem sem um posicionamento oficial da Sema. “O mais importante, agora, é que o processo seja desarquivado”, avaliou Tayane Carvalho. “Acredito que não será necessário realizar novas oficinas, mas vai ser preciso atualizar dados ambientais e socioeconômicos da região, porque isso foi feito em 2013, e uma nova consulta pública, porque a maioria da população, agora, está interessada [na criação da RDS], eles querem uma RDS, pois o conflito está grande [no rio Manicoré] e eles estão assustados, eles têm sofrido ameaças, tem pessoas que estão fazendo georreferenciamento e oferecendo dinheiro para eles [os moradores]”, acrescentou a pesquisadora.

A representante da Sema-AM na reunião, Ana Cláudia Leitão, disse que o processo só será reaberto mediante manifestação de moradores do território. “É importante que os moradores das comunidades fortaleçam os pleitos das lideranças”, afirmou Ana Cláudia. Segundo ela, a atuação de lideranças em favor da criação da RDS não é o bastante, sendo necessário que a maioria dos moradores das comunidades se posicionem a favor da criação da RDS. Atualmente, a Caarim está coletando assinaturas em cada uma das comunidades do território para a reabertura do processo. “A hora que o documento chegar à Sema, daremos andamento ao processo”, garantiu Ana Cláudia.

As Reuniões de Governança Ambiental do Trecho do Meio da BR-319 são on-line e acontecem na primeira sexta-feira de cada mês. Para mais informações entre em contato com o Observatório BR-319 no (92) 98197-0012.

Gostou? Compartilhe!

Veja também