Monitoramentos

Focos de Calor

Monitoramento de focos de calor na região de influência da BR-319 – Julho de 2020

Os moradores dos municípios no entorno da BR-319 já estão acostumados: no período de seca na Amazônia (de maio a setembro), aumentam as queimadas na região, seja pelo hábito de atear fogo em pequenas propriedades rurais, seja em incêndios criminosos promovidos para a criação clandestina de gado. 

Maria (nome fictício), moradora de Manicoré (AM), denuncia que é comum madeireiras ilegais despejarem caminhões de pó de serragem na beira de igarapés, o que facilita os incêndios e o crime ambiental. “É muito sério. Tem muita queimada pra criar gado em terras não destinadas na beira da BR”, declara, pedindo para não ser identificada. Focos de calor são indicadores de queimadas e incêndios florestais, por causas naturais ou antrópicas. 

Em julho de 2020 foram detectados 10.639 focos de calor na Amazônia Legal, um aumento de 131% em relação a junho. O Amazonas apresentou 2.119 focos de calor em julho de 2020, com um aumento de 1.637% em relação ao mês anterior. Já Rondônia apresentou 428 focos em julho, 210% a mais do que em junho. Juntos, os 13 municípios da BR-319 ultrapassaram o número de focos em todo o estado de Rondônia, com 597 focos, um aumento de 741%. 

Entre os 13 municípios da BR-319 monitorados, Manicoré liderou o número de focos de calor em julho de 2020, com 239 focos, seguido por Porto Velho (127). Careiro da Várzea e Manaus tiveram os menores número detectados: 5 e 2, respectivamente. Comparando os números dos 13 municípios com os seis anos anteriores, julho de 2020 apresentou o segundo menor número de focos. Avaliando cada município separadamente, é possível notar comportamentos atípicos, como maiores valores de focos de calor dos últimos 6 anos em Autazes, Beruri, Borba, Careiro da Várzea e Tapauá, municípios que historicamente apresentam baixos valores. Já Canutama e Lábrea apresentaram menores valores nos últimos 6 anos.

Áreas Protegidas nos municípios sob influência da BR-319 

Onze das 42 Unidades de Conservação monitoradas apresentaram focos de calor no mês de julho. O Parque Nacional dos Campos Amazônicos apresentou 11 focos, o maior número para o mês, seguido pela RDS Piagaçu-Purus e pela RDS do Rio Madeira, ambas com seis focos. 

Dentre as Terras Indígenas, 11 das 69 monitoradas apresentaram focos. A TI Coatá-Laranjal liderou o número de focos de calor em julho, com 13 focos, seguida pela TI Tenharim Marmelos (Gleba B) e pela TI Tenharim/Marmelos, que apresentaram oito e cinco focos, respectivamente.

Os dados de focos de calor apresentados nesse Boletim foram adquiridos do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (www.inpe.br/ queimadas/bdqueimadas).

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